O desejo é o projeto que passamos a executar. Se o desejo está ausente, é impossível criar. Tudo depende da maneira como expressamos o desejo. Como diferenciar entre a espécie criativa e destrutiva da corrente do desejo?
Essas exigências são bloqueios à criatividade. Elas prejudicam a satisfação que é o nosso objetivo primordial. Essa contração, esse dizer “não” a alguma coisa – seja o que for no universo – esse “não” falso, tenso, gera um movimento de alma áspero e contraído, um movimento cheio de arestas agudas e cortantes, anguloso e doloroso. É uma pseudoforça que provém da fraqueza em insistir em fazer prevalecer a nossa vontade.
Não tememos o confronto quando conseguimos sentir a dor. Somos assertivos quando nosso orgulho permite que estejamos errados e conseguimos sentir a dor que isso provoca. Não é verdade que a aceitação da dor implica masoquismo, fraqueza que leva ao sacrifício e submissão – muito pelo contrário. “A verdadeira força resistente e a autoafirmação destemida dependem da capacidade de aceitar o que existe e lidar com isso sem querer transformá-lo em algo diferente”.
A força da energia liberada, devido à ausência de medo, à ausência de manipulação nos níveis mais sutis, é enorme. O desejo precisa ser também, por assim dizer, a ausência de desejo. Pois bem, como isso é possível? Como chegar a um estado no qual queremos algo mas julgamos que também podemos abrir mão prontamente da coisa desejada?
O estado de desejo receptivo significa um processo criativo interior, de subitamente VER A REALIDADE SOB UMA LUZ NOVA E MAIS CLARA. ESSA LUZ CLARA É A GRAÇA DA VERDADE E DO AMOR QUE NOS TORNA MUITO LIVRES, E NO ENTANTO MUITO SEGUROS.
Você estaria disposto(a) a criar um novo desejo desse novo estado interior, no qual você renuncia a todos os “imprescindíveis/deverias”? Como seria sua vida e seu relacionamento com você e com o mundo que te cerca?
Sem desejo não há transformação