
Nossa maior luta é entre o desejo de superar o isolamento e a solidão, e o medo simultâneo de contato íntimo com outro ser. A dor do isolamento sempre nos empurra no sentido de tentarmos escapar dele. Quando essas tentativas parecem ser bem sucedidas, o medo da proximidade nos induz a recuarmos outra vez e a afastar o outro.
Quando nossos relacionamentos são determinados unicamente pelo intelecto e pela vontade externa, não conseguimos encontrar o equilíbrio entre permitir nossa autoexpressão e receber a autoexpressão do outro. O cérebro exterior é incapaz de efetuar esse equilíbrio.
Para que nossos relacionamentos sejam espontâneos e mutuamente satisfatórios, o centro do nosso ser precisa ser ativado. Se não entrarmos primeiramente em contato com o nosso verdadeiro ser, não poderemos nos permitir a liberdade e a ausência de controle necessárias para responder a partir do nosso interior.
Por que é tão grande o medo do eu e o medo de entrar em contato com os outros?
Devido a recusa em nos entregar à vida: quando retemos nossas qualidades deixando-as algumas vezes sem uso, nunca tendo a intenção de dar dessas qualidades em benefício da vida e da evolução.
BARREIRA CONTRA O DESEJO DE DAR À VIDA:
Convicção errônea arraigada: Se acrescentarmos à vida, iremos nos privar – e inversamente, quando nos agarramos e nos preocupamos exclusivamente com nossa própria pequena vantagem, somente então poderemos enriquecer e fazer justiça ao nosso prazer, nossos desejos e nossas vantagens.
Até que ponto você acalenta essa crença errônea? Quando estivermos cientes de sua existência e do quanto ela nos controla, pensemos nestas palavras: somente pelo desejo de acrescentar à vida podemos encontrar e vivenciar o fato de que nenhum prazer que possamos jamais imaginar precisa nos ser negado.
Na exata medida em que tememos nos dar, estaremos desconfortáveis ao receber, mesmo que queiramos realmente receber. Então, sutilmente empurramos para o lado aquilo que nos é dado.

QUAL É A CHAVE?
Reside no desejo de oferecer à vida o que já somos e tudo aquilo que ainda podemos vir a ser. Uma vez que façamos isso deliberadamente, ocorrerá um grande movimento interno que não temos razões para temer – com isso liberaremos e materializaremos mais potencialidades ocultas.
Para estar em harmonia com a vida:
- Invoque deliberadamente os poderes dentro de você.
- Saber que esses poderes existem, antes mesmo de tê-los experimentado completamente, deve ativá-los de qualquer forma construtiva que você possa escolher, contanto que tenha declarado deliberadamente que realmente aceita a sua existência.
- Ao encarar cada situação com total honestidade, em vez de fazê-lo de forma superficial, os objetivos destrutivos inconscientes desmoronarão.
dedique-se diariamente a pensamentos como esses:
“O que quer que eu já seja, quero dedicar à vida. Desejo, deliberadamente, que a vida faça uso do melhor que tenho e sou. Posso não estar certo no momento de como isso possa se dar e, mesmo que tenha ideias, permitirei que a inteligência e a sabedoria maior nas profundezas do meu ser me orientem. Deixarei que a própria vida decida de que maneira uma troca proveitosa entre ela e mim pode acontecer. Porque qualquer coisa que eu dê a vida, recebi dela própria e desejo devolvê-la ao grande reservatório cósmico a fim de proporcionar mais benefício. Isso, por sua vez, deve inevitavelmente enriquecer minha própria vida na exata medida em que estou disposto a dar a ela, já que, na verdade, a vida e eu somos um. Assim, quando nego à vida, nego a mim mesmo. Quando nego aos outros, nego a mim mesmo. Desejo abrir mão do que quer que eu já seja, deixando que flua para a vida. E tudo mais que puder ser utilizado, aguardando ser concretizado, rogo, decido e desejo que seja aplicado de maneira construtiva a fim de enriquecer a atmosfera ao meu redor.”
Se ao pronunciar tais palavras, você notar uma relutância interna, uma não aceitação, ou uma resistência, será um sinal do que realmente é a causa da dor do isolamento e a dor de se relacionar com os outros.
E para concluir: “Eu decido abandonar o erro do ‘eu contra o outro.’ Na verdade, não existe conflito, portanto eu posso dar tudo de mim mesmo. Eu não só peço a ajuda do meu ser mais profundo, mas também decido dar o melhor do que eu sou para a vida, sem medo. Qualquer medo que ainda se oculte dentro de mim é um erro, e eu decido me livrar desse erro e entregar-me aos poderes divinos aos quais me abro totalmente. Eu desejo profundamente compreender a verdade do ‘eu e os outros somos um’, que significa que não há conflito. Eu, portanto, posso dar o melhor de mim mesmo. Eu me rendo àquelas forças superiores, de forma que esta autodoação possa ocorrer em harmonia, em retidão, sem pressão e sem esforço.”
“O que era difícil, laborioso, medroso, extenuante, desolado e solitário, tornar-se-á fácil, autoperpetuador, relaxado, seguro e brilhante. Vocês sentirão um profundo sentimento de unidade com o mundo, com os outros e com todo o processo de criação”.
Resumo baseado na Palestra 138 – Desejo e Medo da Proximidade
Confira essa palestra na íntegra no site: www.pathworkbrasil.com.br
Hello!